autismo

Transtorno do Espectro Autista

O diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA), conhecido popularmente como
autismo, ainda é marcado por preconceitos e dúvidas. O autismo foi conceituado inicialmente
em 1943, pelo psiquiatra Leo Kanner. Mas ainda temos perguntas sem respostas sobre o
transtorno, uma delas é sobre sua etiologia. Estudos apontam para interação entre fatores
genéticos e ambientais, no entanto, sem conclusão definitiva. O transtorno do espectro autista
impacta significativamente nos processos de comunicação e interação social, mas devido à
amplitude e a gravidade com que os sintomas se apresentam podem variar, de acordo com o
contexto e oscilar com o tempo. Por isso, cada criança ou pessoa com autismo é única,
devendo ser considerada nas suas potencialidades e dificuldades.
O mais importante é saber que os sinais de alerta para alterações no desenvolvimento
podem ser percebidos nos primeiros meses de vida e que faz toda diferença para o que vem
depois. Os sinais de alarme mais comuns a partir do primeiro ano de vida são: bebê que não
apresenta resposta ao sorriso, que não se aconchega no colo, evita contato visual e corporal,
interesse restrito a algum tema e atividade ou perda de habilidades já adquiridas. Como o
diagnóstico de autismo é essencialmente clínico, feito a partir de entrevista com pais,
observações da criança e aplicação de instrumentos validados para tal, é necessário uma
avaliação muito criteriosa, às vezes, sendo importante a avaliação conjunta envolvendo mais
de uma especialidade profissional. Geralmente, os primeiros sintomas podem aparecer entre
12 a 24 meses. O diagnóstico precoce, até os cinco anos é fundamental para melhora
substancial das habilidades sociais da criança.
Assim, como cada individuo vai apresentar os sinais de forma singular, as intervenções
também devem ser pensadas no caso a caso, considerando as limitações e características de
cada um; as relações estabelecidas, a funcionalidade e linguagem. Destaca-se que na maioria
das vezes, o tratamento é feito de maneira multidisciplinar, isto é, com auxilio de vários
profissionais, dentre eles psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, médico etc.
Muitas crianças conseguem brincar, aprender e se relacionar com o mundo de forma muito
positiva, desde que, como com qualquer outro ser humano, seja respeitado no seu modo de
ser e de sentir.
A intervenção do profissional da psicologia com a criança autista cria a possibilidade de
transformar a distancia em um encontro, construir e reconstruir o mundo que o cerca, aos
poucos; com pequenos passos, mas com grande significado. Afinal, “é preciso que se suporte
duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”(Saint-Exupéry).

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