A psicanalise é um referencial teórico clínico, não restrito à psicologia, sendo sua principal diferença o particularidade com o inconsciente. Como outras teorias, é estudada no curso de Psicologia, mas como norteadora da prática clínica de um profissional, é necessária uma formação continuada, tanto pessoal como teórica. A psicanálise foi criada por Sigmund Freud no século XIX, a partir do seu trabalho como neurologista e da observação de que nem todas as pessoas respondiam aos métodos de tratamento em saúde mental disponíveis à época. Vários autores contemporâneos continuaram a desenvolver e atualizar os conceitos psicanalíticos e hoje é uma possibilidade de tratamento acessível e com boa resposta terapêutica a inúmeras formas de sofrimento psíquico. Adequada ao atendimento a crianças, adolescentes e adultos, a psicanálise se propõe a ouvir o sujeito, considerando sua história, suas relações e sua forma de funcionar no mundo. As situações que se repetem; a angústia que não se nomeia, a dor que não cessa, o limite que não consegue impor e tantas outras formas de inquietude e/ou incomodo que insiste em se fazer presente na vida das pessoas. Assim, análise é referenciada no tratamento para antigas e novas formas de adoecimento psíquico como a depressão, ansiedade, transtornos alimentares, transtorno de desenvolvimento como o autismo, queixas escolares, medos/fobias e muitos outros. A psicanálise não é o único referencial teórico possível para tratar o adoecimento psíquico, mas é o mais indicado em muitos casos, já que muitas queixas, sintomas ou adoecimento não são facilmente relacionados à sua origem ou causalidade. Como prática clinica e método científico, permite por parte da pessoa dar novo significado as experiências, conflitos e traumas, podendo ter como resultado, o abandono de comportamentos, para melhor qualidade de vida. Como já dizia Guimaraes Rosa “o mais importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando”.
